sábado, 27 de abril de 2013

E eu O Segui Até a Cruz...

                                                    



                                                 

               “E junto à cruz de Jesus estava sua mãe, Maria de Cleofas, e Maria Madalena .”

                                                                (João 19:25)


   Em pelo menos três e situações o Mestre Jesus nos convocou a negarmos
o nosso Eu, tomar a cruz e depois segui-lo; Ref.: (Mt 16:24; Mc 8:34 e Lc 9:23) Fica claro que, pra ser
considerado discípulo de Cristo faz-se necessário que os que almejam segui-
lo, passem pelo processo da cruz e isso significa matar a carne juntamente
com seus desejos, e pra isso acontecer a vontade da alma, ou seja; o próprio
Eu precisa ser negado e renegado para que a vontade soberana governe de
maneira plena o nosso ser. Quero compartilhar um exemplo a ser seguido,
que não só aprendeu como viveu a negação do seu próprio Eu, além de ter
entendido a mensagem do seu mestre ao ponto de não só carregar a sua
própria cruz...mais a de seguir o Senhor até ela.

Antes de conhecer Cristo quem era essa mulher? Uma prostituta
provavelmente (não há indicações bíblicas que sustentem essa tese)! Uma
mulher rejeitada pela sociedade religiosa da época; um a mulher traumatizada
pelas dores e vergonha de seus próprios atos. Era moradora de uma cidade
que ficava ao Oeste da Galileia, chamada Magdala, dai a incorporação do
“sobrenome” Magdalena.

Com certeza uma mulher que vivia infeliz, por não parecer com as mulheres
que moravam por perto, mulheres casadas e respeitadas pela sociedade,
mulheres que podiam, entrar no Templo fazer suas orações e ouvir os
ensinamentos, além de ser possuída por vários demônios. Sim, é de Maria
Madalena que vamos falar um pouco!

Há um relato no evangelho de Lucas 8:1-3 que inicia a história de Maria
Madalena dizendo que Jesus a tinha libertado de sete demônios, a partir desse
momento começa uma caminhada de gratidão e devoção ao Senhor pelos
benefícios que Ele tinha concedido pra sua vida sem sentido.

Sua vida ganha sentido primeiramente, pelo fato de que um homem respeitado
como Jesus que era considerado Rabi (Mestre) até mesmo por alguns
príncipes Fariseus como Nicodemos e José de Arimatéia, ter dado atenção e
iniciado um diálogo com ela, o que não era comum, na verdade era proibido
pela doutrina religiosa dos fariseus daquela época tanto por ser mulher
e pior ainda por se tratar de uma provável prostituta. Jesus é assim; sem
preconceitos!...Quebrava paradigmas e dogmas que engessaram por muito
tempo a mente de um povo aprisionado pelas correntes da religiosidade falida
e contaminada pela hipocrisia; Jesus veio e espalhou amor por onde passou.

Era extremamente inclusivo e amável ! Foi assim com a samaritana no poço
de Jacó, uma adúltera que também era rejeitada por ter tido cinco maridos e
o último que estava confessara que nem seu mesmo era, foi assim com os
leprosos que eram preteridos como praga naquela época.

Foi isso que marcou a vida de Madalena, alguém que a olhava com respeito,
sem segundas intenções, um olhar que manifestava perdão; não havia
condenação naquele olhar... alguém que foi capaz de amá-la e aceitá-la
mesmo quando estava suja pela lama de seus pecados. Maria com certeza
entendeu que a libertação era um processo diário e que para isso, necessitaria
permanecer aos pés do Mestre, servindo-o em devoção e amor; por isso, o
seguiu por pouco mais de três anos, tempo em que o Senhor Jesus iniciou e
consumou seu ministério nessa terra. Depois que recuperou sua autoestima
e saúde mental ela fielmente segue sendo “ajudadora” a palavra diz servindo
com outras mulheres como Joana esposa do administrador de Herodes, e
Suzana.

Maria Madalena em dedicação ao Mestre da sua libertação O seguiu na sua
última viagem a Jerusalém e quando todos os discípulos o abandonaram no
seu martírio na cruz, Ela esteve lá em todo o tempo junto com outras mulheres
e apenas João que também tinha fugido, retornara ao Mestre no tempo da sua
dor. Ela viu seu sofrimento, sua dor, sua tristeza e pesar, para que nós e as
gerações passadas e futuras pudéssemos alcançar redenção diante de D-us,
por intermédio de seu precioso sacrifício.

Sua devoção nos ensina o zelo que devemos ter com o Corpo de Cristo, ela
observou onde José da cidade de Arimatéia e Nicodemos tinha guardado o
Corpo de Jesus, para que assim que o Shabat (sábado/descanso) terminasse
pudesse ir ao túmulo levando especiarias para ungir e conservar em bom
estado o corpo do Mestre juntamente com outras mulheres. Por isso teve a
graça e o privilégio de ser a primeira portadora da notícia da Ressurreição de
Yeshua, foi a primeira a vê-lo com o seu corpo Glorificado e também a primeira
a ter um diálogo com o Senhor ressurreto
. Que honra, que restituição essa
mulher experimentou por conta da sua fidelidade, devoção e gratidão pelo
Desejado de Todas as nações!

E nós...? Temos espalhado perfume e especiarias no Corpo de Cristo (Igreja)?
Temos demonstrado a D-us zelo por sua obra? Temos nos doado à causa do
ETERNO?

Temos a oportunidade de recebermos cura na alma; sim...cura das dores do
passado, do peso do pecado e de toda rejeição que já sofremos, o Senhor não
rejeitou Maria e não nos rejeitará! Temos a graça de sermos libertos de toda
opressão e experimentar uma nova vida em cristo se nos achegarmos a Ele!

Vinde a mim, todos vós que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei.
(Mateus 11:28)

A história de Madalena é certeza de perdão, restauração, é afirmação pela fé
de uma nova vida em Cristo Jesus é o vislumbre de uma história de libertação
e restituição. É o sonho do D-us vivo se realizando em nós.

Aprendamos com Maria Madalena, a nos achegarmos ao Senhor e buscar
libertação e cura para nossas almas, da mesma forma a permanecermos
convictos do perdão do AMADO, a não se sentir julgado e condenado, a viver
plenamente a vida que Ele conquistou pra nós na cruz do calvário; aprendamos
também a permanecer aos seus pés, servindo-O em devoção, gratidão e
fidelidade. Imitemos o seu zelo em SEGUI-LO ATÉ A CRUZ... “em cuidar do
seu corpo”, em sermos portadores da noticia de sua ressurreição e vitória, isso
é o EVANGELHO DE CRISTO.

Graça e paz!

Danilo Portella